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A sutil relação entre o que comemos e nossa saúde

Um dos grandes desafios da medicina tradicional e de outras vertentes, é investigar os padrões de normalidade para determinar o que é ser saudável.

Desde que comecei a estudar Medicina, aprendi que a Medicina Baseada em Evidência veio padronizar as técnicas e minimizar as falhas das interpretações individuais de cada profissional na tentativa de reestabelecer a saúde às pessoas de forma concreta e eficiente, desmistificando muito das interferências culturais e crendices, permitindo então, alastrar o conhecimento de forma metódica. Quando me formei, meu interesse pelas artes orientais me aproximou da Medicina Tradicional Chinesa e, me aprofundando no assunto, percebi a saúde com outros olhos, pois há uma simplicidade tão sutil que há muito vem sendo menosprezada pela nossa sociedade.

Explico. Com o avanço da ciência e o aumento impressionante das informações, houve a necessidade de focar o conhecimento em áreas cada vez mais específicas, criando, assim, as especialidades médicas. Isso permitiu conquistas extraordinárias para a ciência médica, porém alguns conceitos básicos foram sendo, aos poucos, deixados de lado. Conceitos realmente simples, como citado há centenas de anos por Hipócrates: “Que seu remédio seja o seu alimento, e que seu alimento seja o seu remédio”. Quero deixar claro que o problema não é a ciência, mas sim como nós a percebemos e aplicamos individual e coletivamente.

Um fato que me veio à tona diz respeito ao conceito de normalidade. Por exemplo, quando vamos ao médico levando um exame que mostra um determinado número, logo perguntamos: “está tudo bem com meu exame, doutor?”. Explicando rapidamente, para determinar o que é normal em um exame, a ciência analisa vários fatores e atribuem-nos valores e, conforme esses valores se repetem, pode-se determinar o que é normal e o que é anormal.

Para ilustrar, imaginemos as seguintes situações: Situação A – Todas as pessoas têm acesso à higiene, saneamento, alimentos 100% saudáveis e boas condições de fazer exercícios. Se analisarmos todos os exames laboratoriais de cada um e pudermos traçar uma idéia de normalidade, poderíamos dizer que é normal ser saudável nessa situação. Situação B – Muitas pessoas não tem acesso à higiene e saneamento, os alimentos não suprem toda a necessidade nutricional e nem todos fazem exercícios. Como é ser normal nessa situação?

Usando o exemplo acima, podemos concluir se somos normais? É com essa reflexão que estreio minha colaboração para convidar a todos para uma reflexão a cerca das discussões sobre alimentação, para que possamos nos aprofundar nas questões de Saúde e Bem Estar.

 

Endrigo Monte Serrat Prevedello é médico acupunturista especialista em Medicina Tradicional Chinesa e empresário.

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